– Alô.
– Bom dia, o senhor…. Affonso, por favor.
– Sou eu. Quem fala?
– Aqui é o ráquer da Intercept, uma premiada agência de notícias dedicada à responsabilização dos poderosos por meio de um jornalismo destemido e combativo, com investigações aprofundadas e análises implacáveis, que tem por objetivo expor a corrupção e a injustiça onde quer que as encontrem, tudo bem com o senhor?
– Sim.
– Então, eu estive raqueando seus aparelhos celulares, lepitopes, o servidor do seu escritório, seus agadês externos, os pendraives que o senhor guarda na gaveta de cima do aparador e os disquetes que estão encaixotados junto com as fitas cassete porque o senhor esqueceu de salvar o conteúdo deles em CD e nem tem mais equipamento para abri-los, mas guarda assim mesmo, e eu queria tirar algumas dúvidas com o senhor.
– Como assim?
– Outro dia no zap o senhor comentou, no grupo de família: “o problema é que moro num condomínio muito barulhento”. O que o senhor quis dizer foi que o ministro Moro faz muito barulho por nada, é isso?
– Não, era “moro” do verbo morar, e eu me referia ao baile fanque que rola na churrasqueira e à vizinha que arrasta móveis.
– Pena. Mas tem uma postagem sua no feicebuque, em 2012, em que o senhor menciona a emoção de ter passado “em frente à casa do Dalton, o vampiro de Curitiba”. O senhor se referia ao Deltan, o procurador vampiro da Lava Jato, certo?
– Não, era ao Dalton Trevisan mesmo. Já conhecia a casa dele de fotografia, e um dia, sem querer me vi diante dela e a reconheci, e aí…
– Ok, ok, esquece. Num comentário no Orkut, em 2005, na comunidade “Mi español es fueda” o senhor escreveu “Jo atcho una vesteyra ussar deçodorante varato porqué la ñaca solo bay ficar peor”, o senhor aludia a algum conluio da República de Curitiba para, em sua sanha punitivista, tirar a liberdade de inocentes como o Marcos Valério, Delúbio, Genoíno e Dirceu, né?
– Aquilo era só uma vrincadera, quer dizer, uma brincadeira.
– Droga! Outrossim, vale ressaltar que eu preciso alertá-lo para um super like que o senhor recebeu agora há pouco no Tinder.
– Mas eu não tenho Tinder.
– Tem sim, que eu sei.
– Quer dizer, eu tinha, mas desativei. Foi um momento de fraqueza no 12 de junho de 2014, quando eu…
– Não precisa se explicar. Apenas ignore, tá? Fui eu que dei o super like por engano. Quando vi a foto, achei que era o Freixo.
Uai! Mas não era o Freixo? 🙄
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Oi, rindo aqui, rsss.
Em sex, 14 de jun de 2019 06:02, EDUARDO AFFONSO escreveu:
> Eduardo Affonso posted: ” – Alô. – Bom dia, o senhor…. Affonso, por > favor. – Sou eu. Quem fala? – Aqui é o ráquer da Intercept, uma premiada > agência de notícias dedicada à responsabilização dos poderosos por meio de > um jornalismo destemido e combativo, com investigações apr” >
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Muito bom. Um texto bem humorado que define magistralmente o atual momento. (o “magistralmente” está aí de propósito….;) )
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Genial.
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😂😂😂
Vou conferir o tinder pra ver coé!😂😂😂
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Você foi infinitamente feliz na escolha desta foto ilustrativa do texto ‘Intercept-ação’
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Sensacional! 👏👏
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